terça-feira, 13 de outubro de 2015

A Espuma dos Dias (v)

Segunda-feira, 12/10/2015. 19:45

“E as sondagens, Afonso?”
“Em principio, quinta ou sexa-feira.”
“Não podemos antecipar?”
“Hum… Acho que não. O engenheiro diz que ainda é cedo para pôr a carne toda no assador.”
“Mas temos resultados?”
“Temos. Temos todos os resultados que quisermos. Fizeram-se cinco perguntas. Vamos apresentar respostas a duas.”
“Às melhores?”
“Por acaso, não. As perguntas são as piorezinhas mas são as que nos favorecem.”
“A que diz que querem que o Costa vá a Primeiro?”
“Nessa não tivemos um grande resultado.”
“Não?”
“Não.”
“E a do governo do PS com o Bloco e/ou com o PC?”
“Também não.”
“Então?”
“Ganhámos na do “Teme um governo liderado pelo PS, aberto a independentes de várias áreas politicas e com o apoio parlamentar do PC e do Bloco?”
“E?”
“E as pessoas não temem.”
“É fraquinha e é pela negativa, mas não era isso. Eu estava a perguntar era qual é a outra que ganhámos?”
“Ganhámos não é a definição correcta mas pronto. A outra foi a “Entende que constitucionalmente é possível um governo liderado pelo PS nas actuais condições resultantes das eleições de 4 de Outubro?”
“Boa!”
“Pois, boa… mas tivemos de lhes explicar que era uma mera hipótese constitucional. Acho que não podemos apresentar isto como sondagem, vamos para consulta de opinião ou coisa do género.”
“Tem de dizer sondagem, Afonso. Tem de deixar as pernas do Cavaco todas a tremer.”
“O engenheiro sugeriu sondagem de opinião.”
“Ó pá, é isso, Afonso. É isso. Sondagem de opinião! O Zé sabe-a toda. O homem é um mestre. Olha lá, e se tivermos de antecipar?”
“Antecipa-se. Desde que o mestre concorde, por mim, está feito.”


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