De repente, no
meio da metralha com que me descreve o vizinho, a mulher lembra-se da mãe dele,
que já morreu e emociona-se:
– Ah… a dona Berta. A dona Berta era uma grande mulher… Uma grande mulher. Não tem nada que
ver com o filho, esse gabiru. A dona Berta era uma senhora. – A mulher levanta-se,
faz uma ligeira vénia enquanto pede baixinho – Que a terra não lhe pese – e torna
a sentar-se para continuar em grande velocidade: – Uma grande mulher… E o
marido, o senhor António, também; também era uma grande mulher! Agora o filho,
esse porco imundo, esse filho de uma grande puta… Isso não presta para nada!
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